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Salvador, 15 de fevereiro de 2011.
Acho que muitas vezes é melhor ficar calado.
Principalmente quando estamos com os ânimos alterados e nos achamos completamente cobertos de razão, porque certamente é nessa hora que falaremos bobagens, destruiremos relacionamentos e certamente acabaremos ferindo pessoas que não merecem, pelo menos não tanto...
Pior ainda do que falar impulsivamente é não reconhecer a culpa depois que o estrago está feito, é buscar razões que justifiquem nossas palavras e ações, porque as palavras nunca vem desacompanhadas, e com isso acabamos causando um mal maior ainda à pessoa atingida, que além de ser machucada pela enxurrada de impropérios, ainda leva para casa um peso de culpa que vai se enraizar e começar a destruir todas as bases de sua auto estima e segurança.
Como se isso tudo não fosse suficiente, ainda tomamos uma atitude pior, pois mesmo que no íntimo, e somente no íntimo mesmo, reconheçamos a nossa culpa, não nos humilhamos suficiente para admiti-lo e, nem pensar, em nos dirigir à pessoa vitimada e pedir perdão.
Resultado: A tragédia está armada e as conseqüências para ambas as partes serão terríveis, justamente porque não fomos treinados a domar a língua. Veja o que escreve Tiago, um dos homens que seguiu Jesus Cristo:
Meus irmãos, não sejais muitos de vós mestres, sabendo que receberemos um juízo mais severo. Pois todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, esse é homem perfeito, e capaz de refrear também todo o corpo.
Ora, se pomos freios na boca dos cavalos, para que nos obedeçam, então conseguimos dirigir todo o seu corpo. Vede também os navios que, embora tão grandes e levados por impetuosos ventos, com um pequenino leme se voltam para onde quer o impulso do timoneiro.
Assim também a língua é um pequeno membro, e se gaba de grandes coisas. Vede quão grande bosque um tão pequeno fogo incendeia.
A língua também é um fogo; sim, a língua, qual mundo de iniqüidade, colocada entre os nossos membros, contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, sendo por sua vez inflamada pelo inferno.
Interessante que embora isso tenha sido escrito há quase dois mil anos atrás, encontra-se super atualizado, podendo se encaixar nas mais modernas situações.
Precisamos urgentemente aprender a domar nossa língua para que as palavras que saiam de nossas bocas sejam BEM ditas e BEM faladas, tragam bênçãos e alegria, construam e edifiquem relacionamentos, sentimentos e amizades sadios, firmes e consistentes.
Pense nisso.
Pr Roberto Dantas
Psicanalista Clínico
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